A semana que já se iniciou traz-nos muitos acontecimentos nos céus que irão, certamente, mexer connosco e auxiliar-nos a fazer o nosso percurso. Dentro de algumas horas, Mercúrio entra em mais um período de movimento retrógrado, onde estará até ao dia 22 de Setembro, trazendo-nos mais um momento de interiorização e de suavização da nossa mente, e, na próxima quinta-feira, viveremos mais um eclipse, desta vez solar, um momento de elevação da nossa consciência, de compreensão, de sementeira nas nossas vidas.
Mais um mês se fecha e um novo ciclo se irá abrir, iniciando, para muitos, o rebuliço da volta ao trabalho e dos miúdos à escola, de todo um ritmo que se reajusta. No meio disso, temos tendência para deitar por terra todo o descanso que as férias trouxeram e, em meia dúzia de dias, voltarmo-nos a sentir tão cansados como antes. Então, com todos estes movimentos celestes, o que nos é pedido é que saibamos parar um pouco e respirar fundo, olhar à nossa volta e corrigir o que antes não nos levou a lado algum.
Muitas vezes nos tem sido dito que, tão importante como colocar uma semente no terreno do nosso coração, é a forma como a alimentamos. Isso significa, na prática, que de nada serve definirmos intenções fantásticas e projectos maravilhosos, pretendermos atingir felicidade, harmonia, amor e sucesso, se depois alimentamos tudo isso com o mesmo de sempre, os pensamentos negativos e derrotistas, sentimentos de mágoa, rancor e revolta, as dúvidas, medos e bloqueios. Se assim o fizermos, sem dúvida que o resultado será o mesmo de sempre.
Sem dúvida que este tempo é de reflexão, ponderação e definição de ideias, projectos e objectivos. É um excelente momento para parar um pouco e rever o caminho, olhar para trás sem culpa, mágoa ou revolta, compreender e aceitar o que ficou para trás, aprender com todas as decisões e, agora, escolher qual o trilho a seguir daqui para a frente. Essa é a semente que nos é pedida que saibamos colocar no nosso coração neste momento, uma semente de compromisso connosco mesmos, de entrega e dedicação, pois nada nesta Terra é feita sem esses preceitos.
Semente plantada, terreno que precisa de ser alimentado e, como dizia o Mestre, vigiado. O 7 de Ouros, a carta que nos rege esta semana, relembra-nos que depois da semente plantada, há que alimentar o terreno e vigiá-lo para que não se comprometa o seu crescimento. Da mesma forma, ela recorda-nos que toda a semente tem um tempo certo de crescimento, que só quando está preparada e bem alimentada dá flores e frutos e que nada poderá mudar isso sem comprometer a qualidade dos mesmos.
Na prática, o que nos está a ser solicitado é que tenhamos em consciência que tudo o que definirmos nestes tempos, todas as sementes que podem e devem ser plantadas, pois o eclipse é, sem dúvida, um momento de especial potencialização de tudo o que, honestamente e de coração aberto, projectarmos, precisa de ser todos os dias alimentado com certeza, fé, positivismo e mudança de padrões bloqueadores. De nada serve querermos ter um trabalho melhor, uma relação plena, ou tantas outras coisas, se a cada dia não nos achamos deles merecedores, se a cada dia não acreditarmos nessa possibilidade, se a cada dia não lutarmos para o conseguir, com aceitação, entrega, sacrifício e persistência. Também de nada serve querermos aquilo que não necessitamos, aquilo que não nos permitirá crescer e evoluir e, por isso, há que saber bem o que plantamos, pois, sem dúvida, é isso que iremos colher.
O Mestre dizia-nos para orarmos e vigiarmos, e isso nada mais é do que tomarmos consciência do que estamos a criar nas nossas vidas e limparmos a nossa alma de tudo o que não nos permite cumprir o nosso caminho. Somos humanos, sem dúvida, sentimos dor e mágoa, há momentos em que deixamos de acreditar, duvidamos, baixamos os braços até, mas quando fazemos um caminho em nós, quando nos dedicamos a conhecermo-nos e a abraçarmos o nosso propósito de vida, esses momentos tornam-nos mais fortes, pois são vistos como aprendizagens, como lições que nos ajustam ao nosso caminho, que nos dão mais coragem e ânimo para enfrentar os obstáculos. Caímos, sim, mas em consciência reerguemo-nos e, numa próxima vez, conseguimo-nos desviar do que nos deitou abaixo agora.
Esta semana, perante tudo isto que acima foi transmitido, também é preciso lembrar que a paciência é uma enorme virtude, pois mais do que o saber esperar, ela representa a compreensão e a aceitação de que tudo tem o seu tempo certo e que, ao respeitarmos esse tempo, seguindo sempre em frente e não sentados à sombra à espera que algo aconteça, respeitamos também a nossa profunda ligação com o divino, com a sabedoria do Universo, do Criador, e ganhamos em nós a visão do propósito de cada situação nas nossas vidas.
Boa semana!
Leonardo Mansinhos