Chegámos a meio de Setembro, tão rapidamente que mal nos demos conta do tempo a passar. No entanto, esta celeridade no tempo é algo que desde o final do ano passado foi anunciado, resultado de todas as energias que, em catadupa, temos vivido, mas que são tremendamente importantes para tudo o que precisa de ser ajustado nos próximos tempos. Quando a velocidade é muito rápida, a atenção tem de ser redobrada para podermos aproveitar cada oportunidade que nos surge. Para isso, precisamos de estabilizar, criar fundamento e estrutura nas nossas vidas, integrar tudo o que temos aprendido, algo que o 4 de Ouros nos pede.
Para ganhar estrutura, para estabilizar, é preciso olharmos as bases sobre as quais o nosso caminho tem sido feito e compreender quais são as que já não nos permitem ir mais longe. Nem sempre é fácil fazê-lo, pois temos, obrigatoriamente, de nos confrontar com as escolhas feitas, com os caminhos percorridos, com situações às quais estamos ligados e que, tantas vezes, nos são difíceis de largar. Fazê-lo implica ganhar coragem para mudar, implica arriscar aquilo que temos como certo, mas que já sabemos que não faz parte das nossas vidas, pela transformação, pela felicidade, pela liberdade de podermos ser quem somos.
O 4 de Ouros lembra-nos que criamos ao longo da vida estruturas sólidas, concretas, reais e materiais, às quais ficamos, tantas vezes, presos. Lembra-nos que é o tempo de olharmos para as bases sobre as quais as nossas vidas têm estado a ser construídas, que sentimentos vivemos, que pensamentos alimentamos, que hábitos mantemos. Se ficamos presos às estruturas que criámos, então é sinal que elas não são as indicadas para nós e dificilmente conseguiremos mover a nossa vida, pois isso também significa que essas bases solidificaram, cristalizaram num determinado momento das nossas vidas e, no momento em que precisamos de evoluir, elas ficam no mesmo local e nós começamos a sentir um enorme desconforto interior. Se nos mantivermos presos a essas estruturas, nomeadamente as que se referem ao mundo material, vamos criar em nós bloqueios que nos desligam da vida e nos impedem de aproveitar o que ela tem para nos dar.
Esta semana, olhemos para as bases das nossas vidas, observemos sobre que sentimentos, que pensamentos, que atitudes temos criado a nossa vida. Olhemos com os olhos do coração o que sentimos estar bloqueado e o que temos no seu lugar. Observemos ao que estamos presos, em cada momento das nossas vidas, o que nos impede de voarmos mais alto, mais longe, em busca dos nossos sonhos, em busca das oportunidades que tanto queremos ter. É o tempo de compreendermos que nada do que temos é fruto de uma qualquer sorte ou do acaso, mas sim de como construímos a nossa vida. Recordemos as palavras do Mestre Jesus, na sua parábola sobre a casa edificada sobre a rocha (Lucas 6:46-49), e escolhamos sobre que bases queremos continuar a construir a nossa vida. Será sobre a rocha do amor, da entrega, da fé, da compreensão, da aceitação, da confiança, da resistência e da persistência? Ou será, por seu lado, sobre a areia do apego, do materialismo, da comparação, da inveja, da falta de confiança e de fé, do medo e do pessimismo? A escolha é, e sempre será, apenas e unicamente nossa.
Boa semana!
Leonardo Mansinhos