A última semana do ano chegou e mais um ciclo se aproxima do seu final. Este é sempre um tempo onde nos é pedida alguma reflexão, de forma a compreendermos o caminho que percorremos e o que atingimos, mas também para percebermos onde ainda pretendemos chegar, que mudanças precisamos de fazer e desenhar as tão conhecidas resoluções de fim de ano. Para tal, é importante que façamos um simples exame de consciência, olhemos silenciosamente para dentro de nós e compreendamos se tudo o que temos feito continua a fazer sentido ou se, de uma vez por todas, precisamos de ir em busca do que realmente é a nossa essência. Essa é a mensagem que o 2 de Paus, a carta que nos vai orientar durante esta semana, nos traz.
Todos os anos, entre o final de um ano e o início de outro, aproveitamos para fazer um conjunto de resoluções e objectivos, para programar uma série de coisas que queremos fazer de forma diferente no novo ciclo que se abre. Todos os anos também, vamos deixando muitos desses objectivos de lado à medida que os dias, as semanas e os meses passam, esquecendo-nos dos supostos compromissos que nos colocámos a nós mesmos. Tal acontece porque não olhamos previamente para nós, atirando para o ar objectivos sem compreendermos o caminho que nos levou até ao ponto que queremos mudar, sem entendermos as escolhas que fizemos lá atrás no tempo, que se materializaram no que hoje pretendemos mudar, mas que, ao mesmo tempo, estão gravadas em nós, nos nossos hábitos e padrões e que só podemos mudar se formos à origem das questões.
O 2 de Paus recorda-nos que por vezes fazemos caminhos que até nos levam onde pretendíamos num determinado momento das nossas vidas, que até representavam bem o que achávamos que era o melhor para nós, mas que, hoje, olhamos e compreendemos que não nos fizeram, nem fazem, mais felizes, que não exprimem a nossa essência. É preciso então olhar para dentro de nós e compreender o que nos levou a definir esse caminho naquele momento, pois só dessa forma podemos também entender o que necessitamos de mudar. Fechar um ciclo implica fazer a sua aprendizagem, assumir a responsabilidade do caminho percorrido, preservar o que faz parte da nossa essência e transformar o que não nos faz feliz. Quando o fazemos desta forma, temos a capacidade de transformar aquela sensação de vazio e frustração em terreno limpo e aberto para uma nova sementeira, para a construção de um novo trilho.
Esta semana, nestes dias movimentados que antecedem o fim de ano, tiremos um tempo para nós e observemos o caminho que estamos a fazer, ao mesmo tempo que definimos, com clareza e verdade, os passos que pretendemos dar. Sendo sinceros, humildes e verdadeiros connosco, podemos criar as tais resoluções de ano novo que sempre fazemos, mas com o devido compromisso que elas nos pedem. Os verdadeiros objectivos e as mais profundas resoluções acontecem quando estamos em sintonia com a nossa essência, pois não se tornam obrigações que, mais cedo ou mais tarde, vamos esquecer e desprezar. Quando estamos focados em nós, compreendendo profundamente o nosso caminho, todas as nossas acções e decisões estão também alinhadas com o nosso propósito de vida, permitindo-nos reajustar o que é necessário e melhorar o que pode ser melhorado. Se entrarmos no novo ano com esta vibração, independentemente do que este novo ciclo nos trouxer, teremos a certeza que iremos estar a dar os passos certos no sentido correcto, em direcção a nós mesmos.
Boa semana e excelentes entradas em 2016!
Leonardo Mansinhos