A semana que se inicia traz-nos o início de uma quinzena repleta de acontecimentos. Nos céus, Marte e Plutão acabaram de entrar no seu movimento retrógrado, e os sinais começam a sentir-se à nossa volta. No entanto, embora possa ser um tempo de grande pressão interior que, invariavelmente, se reflectirá na nossa vida e no mundo, é um tempo que nos pede algo muito importante que, na sociedade em que vivemos, às vezes se torna um pouco difícil de conseguir, parar para podermos ouvir o Universo, para que possamos compreender as suas mensagens, para que possamos entender melhor o nosso caminho. Esta é a mensagem que a Roda da Fortuna, a auspiciosa carta que esta semana nos vai guiar, nos traz.
Quando existe uma tão forte e intensa energia de planetas em movimento retrógrado, como aquela que estamos (e ainda não está completa) a viver nestas semanas, claramente que o sentido da energia se vai invertendo. Ao contrário daquilo que fomos levados a acreditar constantemente, de que não podemos parar por nada, a verdade é que a sabedoria do Universo diz-nos que nenhum avanço exterior terá os resultados que pretendemos se não houver um tempo onde o processo seja vivido interiormente, pois de nada serve conhecer e compreender o que nos rodeia se não nos conhecermos e compreendermos a nós mesmos. Se não fizermos essa inflexão e mergulharmos dentro de nós, tudo o que está à nossa volta será apenas o reflexo de quem somos, das nossas questões, dos nossos problemas, das nossas dúvidas, dos nossos medos e, dificilmente, compreenderemos o nosso propósito no momento em que vivemos.
Como o general que, para poder conquistar um território, sabe que necessita de compreender o caminho feito, o estado das suas tropas, que estratégias deram resultado e quais foram inúteis e só resultaram em mortos, e que tal só pode ser feito parando, descansando, recuperando fôlego e energia, também no nosso caminho há um tempo para rever, repensar, reajustar e reequilibrar o que foi vivido, sentido e trabalhado, de forma a poder compreender se o caminho que está a ser feito é aquele que realmente precisamos de fazer. Por isso, estes momentos em que os planetas estão no seu movimento retrógrado são tão importantes, pois eles nos auxiliam a olhar para o nosso trajecto e corrigir o que houver para corrigir, recuperar energias e definir rumos e passos a dar, e tal só é possível quando somos capazes de assumir a responsabilidade pelas nossas escolhas e actos. No entanto, a nossa sociedade habituou-se à rapidez, ao imediatismo, mas também ao menor esforço possível para chegar a um resultado e, sem dúvida, esse caminho, neste momento, não nos levará aonde queremos, apenas a uma posterior culpa, arrependimento e mais medo.
A Roda da Fortuna, como a carta que nos irá reger nestes dias, diz-nos que, apesar de tudo o que possamos estar a viver, é preciso saber acreditar e confiar na sabedoria do Universo. Por vezes, as mudanças que nos são trazidas, tantas vezes também impostas, podem ser vistas de soslaio, não só por nos tirarem da nossa zona de conforto, mas também porque fogem do nosso controlo. No entanto, quando estamos em sintonia com o nosso Eu, quando deixamos que o Universo faça o seu trabalho, quando permitimos que a vida flua, como a água do rio que tem como propósito chegar ao mar, então sabemos que tais mudanças trar-nos-ão beleza, harmonia e aquilo que realmente precisamos. Ela lembra-nos também que, no meio de todas as confusões e mudanças, há que saber parar e centrarmo-nos em nós mesmos, pois para podermos fazer o caminho no sentido certo há que saber ouvir o nosso coração, há que activar a bússola do nosso propósito que ele é. Só dessa forma conseguiremos também estar atentos, ouvir e compreender o que o Universo tem para nos dizer, e, garantidamente, isso irá fazer toda a diferença.
Esta semana o que nos é pedido é que larguemos dos nossos tradicionais controlos sobre a nossa vida, permitindo ao Universo mostrar-nos os sinais, os caminhos e as mensagens às quais precisamos de obter. Durante estes dias, das mais diversas formas, seremos levados à descoberta do nosso Universo interior, a mergulharmos profundamente nas nossas questões, nos nossos sentimos e pensamentos, a trabalhar aquelas pequenas coisas que têm estado esquecidas, a tomar decisões, sim, mas não de projecção exterior, apenas sobre nós mesmos, sobre a nossa consciência, sobre a nossa responsabilidade. Quando nos centramos, quando paramos para compreender que a dádiva maior que Deus nos deu e que, também, escolhemos ter, é a nossa própria vida, permitimo-nos também ouvir o nosso coração, começando pela sua própria batida, que tantas vezes esquecemos. Nesse momento, largarmos os padrões, os controlos e os medos, celebramos quem somos e compreendemos que, na verdade, é muito mais fácil encontrar o que nos faz feliz do que alguma vez pensámos.
Boa semana,
Leonardo Mansinhos
Grata pela partilha Leonardo! Palavras sábias.
Grato também eu, Carina! 🙂 Leonardo