A semana traz-nos um novo mês, encaminhando-nos, a passos bem rápidos, no último trimestre do ano. Há uma energia já diferente no ar, mais emocional e profunda, mais exigente para connosco, que nos pede que sejamos capazes de trazer sentimentos, sensações e percepções para fora de nós mesmos, mostrando-os e, dessa forma, ligando-nos com quem nos rodeia, partilhando, mas, ao mesmo tempo, libertando-nos de tudo o que não nos pertence. Tudo o que vivemos até este momento foi, muitas vezes, duro, difícil, desafiador, mas a verdade é que estamos, dia após dia, a ultrapassar, a conseguir dar a volta.
Com a entrada, há algumas semanas, de Júpiter no signo de Balança, a energia tornou-se mais leve, mais fluída, possibilitando-nos de chegar mais facilmente onde pretendemos, de tocar os outros, do nosso coração também ser tocado. No entanto, tal só é possível quando nos permitimos viver essa abertura de coração, quando abraçamos, com coragem, com determinação, com vontade, a nossa vida, os nossos projectos e tudo o que pretendemos para nós.
A coragem é uma das maiores forças que temos em nós, que provém do mais profundo do nosso ser emocional, que nos permite dominar todos os factores que nos rodeia. Enquanto que o controlo é algo que provém da mente, a coragem e o coração oferecem-nos o total domínio, a capacidade de sabermos quando dar um toque, uma direcção, quando deixar fluir, quando respirar, quando submergir, quando abrir os olhos, quando sentir. Nessa serenidade que a coragem nos oferece, ligamo-nos ao mais íntimo das nossas emoções, conectamo-nos com a nossa verdadeira essência e potenciamos a nossa intuição. Nos tempos que vivemos, com tantas mudanças e transformações, é apenas isso que nos é pedido, que saibamos usar a mente de forma a poder criar o que pretendemos para nós, mas sempre tendo como grande combustível o que o nosso coração nos indica.
A Força, a carta que nos irá orientar durante esta semana, recorda-nos que esta é a grande essência da Fé, o mergulhar dentro de nós e aprender a ouvir o nosso coração, as nossas emoções, o que essa bússola nos indica. Nem sempre é fácil fazer essa mudança, nem sempre é linear sair do padrão mental, que tantas vezes nos é incutido e imposto, a vulgarização do medo, da dúvida, da insegurança, mas é essencial compreendermos que a mente só pode criar algo nas nossas vidas quando vibramos na frequência da vida, do nosso coração, da coragem, da fé, do mais profundo amor por nós mesmos.
Nesta semana, olhemos para dentro de nós mesmos e permitamo-nos ouvir o nosso coração, mesmo literalmente, relembrarmo-nos que estamos vivos, que não estamos aqui para estar em modo automático, mas sim para, verdadeiramente, Viver! Olhemos também para os nossos padrões e tentemos perceber o que estamos a tentar controlar, o que estamos constantemente a tentar colocar num sítio nas nossas vidas que achamos correcto, sem ouvir o nosso coração, sem permitir que os sinais nos cheguem, mostrando-nos os caminhos. Face a essa consciência, permitamo-nos compreender que de nada serve controlar, pois a vida leva-nos para onde precisamos de ir, para onde podemos evoluir, para onde temos capacidade de crescer. É importante, sim, mudar, passar a vibrar no domínio, e dominar é integrar em nós cada aprendizagem que a vida nos dá, é sermos um com o nosso caminho de vida, compreendendo, aceitando, acreditando profundamente que há um propósito a seguir e que, invariavelmente, a vida traz-nos sempre o que é necessário, mas nem sempre o que eu desejo. Quando o conseguimos fazer, há uma luz que se acende e nos mostra o caminho, a luz da nossa Centelha Divina, que está no nosso coração, pronta a ser o nosso próprio farol.
Boa semana!
Leonardo Mansinhos