Nada dura para sempre, todos o sabemos. E isso tem algo de tão assustador como de extraordinário ao mesmo tempo. Mudar implica deixar para trás aquilo que muitas vezes nos faz sentir bem, mas, acima de tudo, aquilo que é confortável. Por vezes, até deixamos coisas às quais não tínhamos tanta ligação, mas que, pelo menos, eram algo a que já nos tínhamos habituado.
Conforto é felicidade a curto prazo, é o que nos prende à rotina, ao mesmo de sempre, aos hábitos, às pessoas, aos sentimentos, ao que nos é familiar. E agarramo-nos a isso com tanta força mesmo quando internamente sabemos que pode haver algo melhor destinado para nós. Conforto é o que nos faz sentir bem no momento, mas pode, mesmo sem darmos conta, terminar em frustração por não termos tentado algo mais arriscado, por não termos dado um passo maior.
Mudar é o que torna a vida interessante, apesar de todo o medo que vem associado. Mudar é abrir a porta a novas oportunidades, a uma nova realidade, mantendo a essência de quem somos, mas mudando a maneira como vemos o mundo, e, acima de tudo, a maneira como aproveitamos o nosso potencial.
Ainda que muitas mudanças comecem involuntariamente, fruto de algo que não controlamos, ou até seja uma escolha da qual não tenhamos a certeza, mudar faz parte da vida. E ainda bem. Ainda bem, porque é assim que descobrimos o que temos ao nosso redor e nos descobrimos a nós próprios. Se fossemos sempre a mesma pessoa, a vida perdia o sabor, a aventura, a novidade. A nossa alma renasce, o recomeço motiva-nos a querer ser alguém melhor, mais perto do que sempre sonhamos, mais aberto a novas oportunidades, sejam elas o que esperávamos ou algo totalmente diferente do que nos imaginávamos a fazer.
E não é fácil. Não é de ânimo leve que trocamos o certo pelo incerto ou o que é confortável pela novidade. Começar algo novo tem um pouco de fé, dúvida, ansiedade e animação à mistura. E é algo normal ao sairmos da nossa zona de conforto, ao pisarmos terreno desconhecido, ao fazermos o que nunca antes nos tínhamos atrevido a tentar. Faz parte de quem somos enquanto seres humanos – sentimos receio do que não conhecemos.
Porém, quando vemos que não só não é tão mau como pensávamos, como por vezes até é melhor, o receio é substituído por imensa gratidão por termos tido a coragem de mudar. Quando vemos que nada é tão assustador como nos fazemos crer, tudo o que sempre quisemos se torna um pouco mais fácil de alcançar.
Gostei e estou absolutamente de acordo! Paz