Lutar. Desde cedo, somos ensinados a ter força. Ensinam-nos a levantar depois de darmos uma queda, a caminhar para alcançarmos o destino que pretendemos e a aprender para termos capacidades intelectuais para conhecermos e, acima de tudo, conhecermo-nos. No fundo, crescemos com a noção de que o futuro e o que ambicionamos depende apenas de nós e da nossa força interior.
O que, muitas vezes, não nos dizem é que nem sempre é fácil. Não é tão fácil como aprender a caminhar, a escrever, a ler ou a decorar a nossa morada completa. Lutar por aquilo que nos faz feliz é, provavelmente, das coisas mais difíceis da vida. É daquelas coisas que ninguém nos ensina. Aprendemos com as vivências, com os erros e, sobretudo, com o passado. E no meio deste “cai e levanta”, ficamos cansados. Mais cansados do que se tivessemos corrido uma maratona. Não se resume apenas a um cansaço físico. É uma exaustão mental que, automaticamente, nos leva a duvidar de nós mesmos. “Será que?”.
A dúvida é pior que o negativo. Martiriza. Corrói. Leva-nos, frequentemente, a desistir por não sabermos lidar com a incerteza. Este é um ciclo que nos persegue a vida toda. Quando começamos uma nova etapa, quando aprendemos coisas novas, quando descobrimos que queremos isto e não aquilo… É uma constante procura por algo que nunca chega e que aparenta nunca querer chegar. Até ao dia em que deixamos de nos importar. Desistimos, porque desistir também é ter coragem. É ter a força de abandonar o que nos está a deixar para trás quando deveria fazermos caminhar em frente.
O que fica quando deixamos de nos preocupar com o que, anteriormente, costumava ser o nosso objetivo para acordarmos todas as manhãs? Há quem diga que ficam dúvidas, receios, frustrações… Mas temos de acreditar que ficam as certezas. As certezas de que quem não desiste algumas vezes, nunca vai encontrar o seu caminho. Alcançar o futuro que ambicionamos é como viajar numa estrada: temos de nos perder algumas vezes até que, finalmente, encontramos o melhor caminho para chegarmos ao nosso destino.