Primeiro surge um sonho cheio de entusiasmos. Com vontade e alguma clareza, estabelecemos os nossos objectivos que nada mais são do que os nossos faróis. É triste e chato andarmos por aí à deriva, sem sabermos bem por onde ir, perdidos que estamos entre nós e oceanos.
É certo que, muitas vezes, perdermo-nos também faz parte de encontrarmos caminhos, da perspicácia e do desafio de descobrirmos para onde raio temos de ir. No meio de caminhos certos e na incerteza de os percorrermos, há ainda o exercício da entrega, de termos a confiança que também nos temos de deixar ir e que, por vezes, os faróis que alcançamos podem ser bem melhores do que aqueles que tivemos a audácia de sonhar.
Se as metas que alcançamos são bem diferentes do que aquelas que imaginamos, certamente são as melhores para nós. Há nesta coisa do viver um exercício muito grande de humildade, de aceitação e confiança. Quantas vezes olhámos para trás e percebemos que o que foi tão doloroso de aceitar foi, na realidade, o melhor que nos poderia ter acontecido?
De qualquer forma, temos sempre de nos munir de um mapa. De um mapa cheio de metas, objectivos e sonhos. Só que sonhar não basta. Se queremos chegar onde queremos chegar, temos de nos ouvir e agir. Resgatar a coragem e percebermos que num equilíbrio entre coração e mente, entre intuições e lógica, os melhores caminhos vão acabar por se desvendar. Com vontade, força, amigos, amores ou filhos que nos ajudam nos percalços. Respirar fundo, muitas e muitas vezes.
Há que perceber que não podemos perder o foco. Temos de nos manter concentrados nos nossos objectivos, são eles que também fazem de nós quem somos. Se os perdermos, perdemo-nos também.
Há sempre quem tenha desistido dos seus sonhos e se sinta tão vazio, que nos queira fazer desistir dos nossos. A própria vida teima, muitas vezes, em testar-nos a fibra, perceber até quanto acreditamos, até quanto somos capazes de deixar fluir e de não desistir de lutar.
Nessa altura, os pensamentos correrão velozes, teimando em fazer-nos abandonar caminhos, em deixar de acreditar, em fazer-nos crer que estarmos parados é sempre mais seguro. As nossas mentes são assim, tentam sempre nos proteger. Tão fácil entrar em modo retroactivo, tão galopante deixarmos que nos invada o medo.
Certa vez surgiu-nos um sonho. E com o coração, a coragem, a intuição e a mente que se teima em manter fechada, prosseguimos mesmo assim, entre desvios e incógnitas. Contudo, o farol vai estar sempre lá. Basta manter o foco.