Agora que passou a quaresma, a Páscoa e aquelas semanas mais movimentadas, com tantos acontecimentos nos céus, e mesmo que ainda estejamos a viver os efeitos de tudo isso, a energia tende a aliviar um pouco, nomeadamente por Júpiter, em Leão, voltar ao seu movimento directo esta semana. Contudo, o que a nossa Conexão desta semana nos diz é que o nosso trabalho interior ainda mal começou, pois tudo o que temos vivido tem um propósito, o de reconhecermos o dom de entrega, de vida e de Amor que, na realidade, é a nossa verdadeira centelha divina. Essa é a mensagem que o Ás de Copas nos traz esta semana.
O que nos torna verdadeiramente humanos não é a capacidade de pensar e raciocinar, mas sim a capacidade de viver o Amor duma forma tão profunda que somos capazes de usar a mente para dar expressão e ajudar a materializar aquilo que o coração sabe que é o correcto. Tudo o que temos vivido, tudo o que tem acontecido à nossa volta, tem servido para nos mostrar que aquelas estruturas que achávamos seguras e fortes, afinal, de pouco ou nada nos servem, pois são efémeras. Como tantas vezes tenho escrito, tudo isto tem servido para nos mostrar que precisamos de voltar a deixar as nossas emoções expressarem-se, pois são elas que, bem direccionadas, podem criar um novo caminho e uma nova estrutura, verdadeiramente sólida, para as nossas vidas.
Para que o possamos fazer é preciso libertarmos o nosso coração de todas aquelas emoções que já não nos fazem mais crescer. É preciso transformarmos a raiva, os rancores, os ódios, as invejas e todos os medos em verdadeiro e puro amor, compreendendo o que nos levou até eles e permitirmo-nos libertarmo-nos deles. Só com o mais profundo perdão, aquele que vem do fundo do nosso coração, a todos aqueles que nos magoaram mas, acima de tudo e principalmente, a nós mesmos, é que poderemos encontrar a paz interior que nos faz sermos melhores, sermos mais felizes e estarmos tão equilibrados que saberemos qual o verdadeiro caminho a seguir.
O que o Ás de Copas nos pede, esta semana, é que sejamos capazes de ter a coragem de amar tão fortemente, a nós mesmos e aos outros, a tudo o que fazemos, que não haverá espaço no nosso coração para guardar aquilo que não nos abre caminhos para expressarmos a nossa individualidade e a nossa essência. Quando o fazemos, descobrimos em nós capacidades que nem sequer conhecíamos ou reconhecíamos, descobrimos aquilo que tantas vezes chamamos da nossa centelha divina.
Por isso, ter a coragem de amar é ter também a coragem de largar os vícios do Ego e abraçar o nosso verdadeiro Eu, compreendendo e aceitando que estamos apenas a libertarmo-nos da ilusão de tudo aquilo que, por falta de amor, criámos na nossa mente como forma de atingir felicidade e harmonia. Se tudo o que existe foi criado pela energia do Amor, então é esse mesmo Amor que nos permite construir tudo aquilo que realmente precisamos na nossa vida.
Boa semana!
Leonardo Mansinhos