Se nas últimas semanas, a nossa Conexão têm-nos trazido fortes desafios, esta também não é excepção. De certa forma, é como se nos estivesse a ser solicitado olhar para algumas questões muito interiores nossas, trabalhá-las e permitirmo-nos libertar energias que temos vindo a acumular nos últimos tempos. O que, nesta semana, o 5 de Ouros, carta dura e difícil, nos vem trazer é a necessidade de compreendermos o verdadeiro valor de cada coisa nas nossas vidas.
Passamos muito tempo a reclamar, a queixarmo-nos, nomeadamente, de questões financeiras. Sim, sem dúvida que será válido pensarmos que temos contas para pagar, uma família para sustentar e tantas outras coisas que envolvem dinheiro. Contudo, quando nos focamos apenas na parte material e nas exigências financeiras que a nossa vida humana social nos exige, ficamos presos a um dos mais básicos princípios da economia, o da escassez, em vez de compreendermos a maravilhosa e abundante riqueza que está disponível dentro de cada um de nós.
A maior riqueza que temos na nossa vida está dentro de nós, está em quem somos, nas nossas capacidades e nos nossos potenciais. Vivemos, tantas vezes, situações de pobreza, simplesmente porque em determinados momentos das nossas vidas não fomos capazes de olhar para nós e compreender esse simples princípio. Dessa forma, em prol de inúmeras coisas, anulámo-nos, menosprezámo-nos e perdemos a capacidade de arriscar sermos felizes. Não viemos à Terra para sofrer nem para vivermos na miséria, mas sim para fazer multiplicar a prosperidade, começando por alimentar o nosso próprio potencial e as nossas próprias capacidades.
O 5 de Ouros lembra-nos que tantas vezes ficamos fechados em nós a tentar resolver os problemas que nem sequer percebemos que as maiores ajudas estão mesmo ao nosso lado, basta que saibamos pedir, que estejamos, no fundo, disponíveis para as receber. Podemos dizer que gostávamos de ter ajuda, mas seremos nós capazes de sermos humildes para perceber que só somos ajudados quando nos ajudamos a nós mesmos?
Esta semana, olhemos para dentro de nós e vejamos quais são as áreas onde existe menos prosperidade e sejamos capazes de, humildemente, estender a mão e pedir ajuda, sem medo, sem vergonha, permitindo-nos receber a ajuda e sermos gratos por ela. Aplica-se às coisas do corpo e da matéria, mas também às do Espírito. Pedir ajuda não é pedir uma esmola, é reconhecer que necessitamos da ajuda uns dos outros para poder multiplicar aquilo que existe dentro de nós. A semente, por si mesma, nada é, pois precisa da terra e da água para poder germinar, assim como do semeador para lá a colocar, cuidar dela e colher os seus frutos. Desta forma, a semente devolve a quem a ajudou também aquilo que ela tem para dar. Da mesma forma, somos nós, quando deixamos o pedestal do orgulho e reconhecemos que somos parte do um Todo e que precisamos todos uns dos outros.
Boa semana!
Leonardo Mansinhos