A semana que passou foi muito intensa e, em muitos momentos, perturbadora, pedindo-nos, no meio de toda a época da Quaresma, para nos debruçarmos um pouco mais sobre quem somos, sobre o caminho que temos feito, sobre as nossas vidas, sobre o mundo que, à nossa volta, todos os dias criamos. Essa tomada de consciência, para quem a ela se entregou de coração aberto, permitiu um renovar de forças e de intenções, colocando-nos nas mãos a capacidade de decidir o próximo trilho a percorrer, de escolher que rumo a nossa vida poderá tomar, para que, dessa forma, possamos criar novos alicerces para a construção da nossa vida, novas estruturas e um novo chão para podermos pisar. Essa é a mensagem que o Cavaleiro de Ouros, a carta que nos vai orientar durante esta semana, nos traz.
Tudo o que nos tem sido pedido nestas últimas semanas, com a energia dos eclipses, a entrada no novo ano astrológico e o fim da Quaresma, foi para compreendermos onde estávamos a plantar as nossas sementes. Como na parábola do semeador, que o Mestre nos deixou, é preciso compreendermos que a semente, para poder crescer, forte e sólida, de forma a dar-nos as suas folhas, flores e, por fim, os melhores frutos, tem de ser plantada num terreno fértil, trabalhado e preparado. Se tentarmos plantar as nossas sementes em terreno rochoso ou, simplesmente, as atirarmos sem qualquer cuidado, nem sequer as tratando depois, então elas não irão vingar, não irão crescer e, apesar de as termos plantado, elas não darão frutos. Da mesma forma, se na nossa mente apenas existir dúvida e medo, e o nosso coração estiver fechado, vivendo mágoas, falta de perdão, ódio e rancor, por muito que queiramos, dificilmente poderemos encontrar a felicidade, o amor, a prosperidade ou o sucesso, pois eles serão sementes plantadas num terreno não preparado. Essas sementes podem até germinar e essas plantas crescerem um pouco, mas os seus frutos não serão os que esperávamos, as ervas daninhas vão corrompe-las, consumi-las e destruí-las.
Quando mente e coração estão em sintonia e quando nos entregamos ao nosso propósito, então tudo o que semeamos, podemos ter a certeza, irá ganhar raízes e crescer, pois estará em sintonia com quem somos. O Cavaleiro de Ouros relembra-nos que as novas estruturas que tanto temos ansiado, esse novo rumo, esse novo caminho, as conquistas que tanto pretendemos atingir, só podem ser alcançadas quando preparamos a nossa vida para as receber, limpando o nosso coração, mas também a nossa mente. É preciso reconhecermos que a nossa mente é a grande criadora das nossas vidas, que ela é o reflexo de uma Mente Divina Superior que tudo criou, que tudo cria, e que, por sermos também uma parcela do Todo, por termos em nós uma Centelha Divina, temos essa mesma capacidade. Enquanto a nossa mente vibra em medo, dúvida ou receio, ruminando pensamentos de derrota, de negatividade e de destruição, é exactamente isso que vamos recebendo, através da falta de amor, da falta de prosperidade e de compleição. No entanto, quando decidimos enfrentar essas nossas barreiras e obstáculos, caminhar por entre as nossas sombras e iluminá-las com a Luz da Esperança, da Fé, do Amor por nós mesmos, do merecimento e do perdão, então temos em nós um campo fértil e preparado para semearmos seja o que pretendermos, com a segurança que irá crescer.
Esta semana é este o pedido que o Universo nos faz, o de trabalharmos a nossa mente na libertação dos nossos medos, dos nossos apegos, das questões que pertencem à Terra, ao mesmo tempo que, no nosso coração, cultivamos o perdão, o amor próprio, a aceitação e o desapego. É apenas dessa forma que estaremos preparados para por em prática o que nestas semanas temos compreendido e, eventualmente, escolhido mudar, redefinido para o nosso caminho, para a vivência da nossa vida. Todas as questões com que nos temos debatido nas nossas vidas encontrarão nestes dias uma janela de oportunidade para revelarem um caminho, um foco de luz, uma perspectiva de resolução, de avanço ou de trabalho. Para que tal aconteça em pleno, apenas precisamos de abrir o nosso coração, libertarmo-nos de amarras e medos, de nos amarmos mais. Se em cada dia fizermos um pouco desse trabalho, por mais pequeno que seja, brevemente iremos estar a vibrar doutra forma, com pensamentos de força, entusiasmo e amor, com atitudes de partilha, de coragem, para connosco, mas também para com os outros. Dessa forma, não só criamos uma vibração de prosperidade para nós, mas também a levamos a outros, através de gotas de esperança, de luz e de fé, que são bem mais fáceis de atingir e de cumprir do que imaginamos. Basta, tão simplesmente, mudarmo-nos primeiro a nós mesmos, e rapidamente veremos que o mundo à nossa volta também mudou.
Boa semana!
Leonardo Mansinhos