A nova semana que se inicia traz-nos uma energia diferente das anteriores. Depois de toda a turbulência e de toda a celeridade destes últimos dias, agora é tempo de pararmos, olharmos e compreendermos o ponto em que estamos, os desafios que à nossa frente se colocaram, se revelaram, de forma a, verdadeiramente, podermos elevar a nossa consciência e renascer para nós mesmos, para o nosso caminho, para um novo Eu. Essa é a mensagem que o Julgamento, carta tão forte e importante dos Arcanos Maiores, nos traz esta semana para nos guiar e orientar.
Os dias que passaram foram intensos, nomeadamente devido a diversos movimentos extremamente desafiadores nos céus. No entanto, nestes dias, uma conjunção importante, entre o Sol e Úrano, no signo de Carneiro, começa a desfazer-se, aligeirando progressivamente a energia explosiva e impulsiva que temos vivido. Tal é derivado da quantidade de energia de elemento Fogo e Terra que estamos a viver que, em conjunto, podem trazer muitos dos “incêndios” que temos vistos, manifestados pelos comportamentos explosivos, pela impaciência, pela intolerância. No entanto, em conjunto, estas energias podem também ser transformadoras e reveladoras, pois o Fogo é o elemento purificador, que tudo eleva e que, ao unir-se com a Terra, transforma a matéria e sublima-a. Esse é o trabalho que, também, o tempo que vivemos, está a fazer sobre nós, o de elevar a nossa consciência e revelar o que precisamos de ver, dando-nos a capacidade de tomarmos essas decisões profundas, de alma e coração abertos, com humildade e aceitação.
Desta forma, o Julgamento, ao ser a carta que nos orienta nesta semana, recorda-nos que todos os passos que damos nos caminhos que percorremos são constantes aprendizagens que nos elevam e nos fazem crescer e evoluir. No entanto, todos os ensinamentos que podemos receber, de nada servem se deles não fizermos uso, se não os reconhecermos e, através deles, transformarmos as nossas vidas permanentemente, cumprindo o nosso caminho, a nossa missão. Nesse processo, renascemos para quem realmente somos, resgatamos a nossa Essência e libertamo-nos do que ainda nos prende no caminho. Esse é também um grande passo, o do desapego, o da libertação das amarras, nomeadamente aquelas que, tantas vezes, consideramos que são exteriores a nós, mas que, na verdade, apenas residem dentro do nosso ser, da nossa mente, apoiadas pelo ego, reforçadas pelos hábitos e padrões. É preciso, assim, curarmos a nossa alma, o nosso espírito, e é esse um dos grandes propósitos desta carta.
Nesta semana, todas as situações que nos surgirem trazem-nos a oportunidade de olharmos para dentro de nós mesmos, de resgatarmo-nos de caminhos paralelos, de escolhermos ser livres dentro de nós mesmos. A maior liberdade que podemos viver é a da nossa consciência, a do nosso ser, aquela que, no final de cada dia, nos permite ser gratos pelas mais pequenas coisas, de igual forma que o somos pelas maiores, que nos permite exprimir a mesma gratidão e aceitação pelas coisas que nos fizeram sorrir e pelas que nos fizeram doer o coração. Tudo, no caminho da vida na Terra, é uma aprendizagem que tem como intuito fazer-nos crescer e desenvolvermo-nos, cumprindo a nossa missão, o nosso propósito, e é isso que nos irá, constantemente, ser relembrado durante esta semana, nas mais simples coisas dos nossos dias, pois não são os grandes acontecimentos, isoladamente, que nos mudam, mas sim os pequenos, aqueles que todos os dias vamos vivendo e que, como as mãos do Oleiro que, pacientemente, vai dando forma ao barro, também nos vão moldando, calma e suavemente, sem sequer nos apercebermos que, na verdade, já temos uma forma diferente. Então, é preciso recordarmo-nos que por muito que a vida nos molde, a verdade é que também nós somos os Oleiros das nossas vidas, que há uma forma essencial que está sempre presente e que podemos, em qualquer momento, recuperar, resgatar, nem que, para isso, seja preciso partir o vaso, levá-lo a pó, e com a água das emoções, o fogo transmutador e o ar da mente, dar nova forma à matéria, a terra que é a forma de manifestação neste planeta. Pode ser difícil, pode doer, pode parecer até quase impossível, mas é a vontade, a determinação e a ousadia de sermos nós mesmos, independentemente de tudo o que o mundo à nossa volta ache ou pense, que faz com que consigamos revelar a nossa Centelha Divina.
Boa semana!
Leonardo Mansinhos