Esta semana começa com muita energia. Depois da Lua Cheia, que vivemos há pouquíssimas horas, logo, mesmo ao final do dia, vivemos o ponto exacto do Solstício de Verão (no hemisfério norte), quando o Sol entrar no signo de Caranguejo, trazendo-nos o momento da maior elevação à Luz, onde temos a capacidade, se assim quisermos e tivermos consciência, de receber a energia mais forte do nosso astro-rei. Este é também o tempo em que temos nas nossas mãos a capacidade de ter uma maior consciência sobre nós mesmos, em que podemos compreender o nosso valor, o nosso verdadeiro poder, aquele que apenas depende da nossa Centelha Divina, da nossa Luz. Essa é a mensagem que o Rei de Ouros, a intensa carta que nos irá orientar esta semana, nos traz.
A combinação de energia à qual estamos expostos no primeiro dia desta semana é magnífica, pois, simbolicamente, o tempo de Luz do nosso dia é o máximo do ano, como se atingíssemos o topo de uma montanha que há algum tempo escalamos, tendo a capacidade de ter uma visão privilegiada de tudo o que nos rodeia, de receber os raios do Sol na sua plenitude e em toda a sua beleza. Saímos em definitivo das trevas, para nos prepararmos para a elas voltarmos, perpetuando um ritmo que, imperativamente, temos de respeitar. No entanto, este é o tempo da celebração, o tempo da prosperidade, aquela que só conseguimos obter quando, precisamente, compreendemos o tempo dos ciclos das nossas vidas, aquela que só conseguimos obter quando nos tornamos conscientes de quem somos, do nosso verdadeiro poder pessoal, da nossa força, da nossa determinação. Este é o tempo da celebração da nossa individualidade, do nosso Eu, que supera os obstáculos, que vive os desafios, que, ao estar no topo dessa mesma montanha, entra em comunhão com Deus, que se reflecte em si mesmo no brilho do seu coração, que compreende que agora é o tempo de amadurecer os frutos, de respirar fundo e permitir a vida acontecer, pois só assim se pode, verdadeiramente, viver. Sim, os problemas existem, os obstáculos continuam no nosso caminho, mas se soubermos agora recarregar as nossas baterias, com aceitação, com celebração da vida, todos esses degraus serão subidos com maior determinação e vontade, e as suas aprendizagens recolhidas e integradas, tornando-nos melhores, mais fortes, mais em sintonia com o nosso próprio Eu.
O Rei de Ouros traz-nos a consciência de que o que é importante para o nosso caminho, as grandes conquistas, só podem ser feitas quando nos entregamos ao trabalho sobre nós mesmos, quando aliamos paciência, persistência e aceitação, quando integramos cada momento e compreendemos o porquê de cada tempo da nossa vida. De nada serve querermos acelerar algo, querermos chegar mais rápido a um determinado ponto ou atingir um determinado propósito, se não tivermos a noção do que isso nos irá trazer, do que podemos crescer e aprender. Há um tempo certo para tudo, um tempo para semear, outro para crescer, um para amadurecer e outro para colher, e saber respeitar cada um desses momentos é também compreender e aceitar a missão terrena e a sua condição primordial, que tudo tem um ciclo próprio, um tempo único e absolutamente necessário. No entanto, o Rei de Ouros também nos recorda que é com confiança, vontade, resistência e determinação que a árvore cresce, que o rio corre para o mar e que cada um de nós pode cumprir o seu propósito. Da mesma forma, ele recorda-nos que a árvore não se preocupa com as outras árvores para crescer, não se condiciona pelo ambiente que a rodeia, que o rio não fica aborrecido quando encontra pedras, pois na Natureza, na Mãe Terra, tudo, mesmo sem uma consciência humana, conhece o seu propósito e respeita-o, em cada segundo da sua vida.
Então, nesta semana, com toda esta energia disponível, somos levados a olhar para a nossa força, para o nosso poder pessoal, para as nossas capacidades, a iluminar o nosso caminho com a celebração dos dias, com a força de cada despertar, com a gratidão pela vida e por tudo o que ela nos traz, sem excepção. Dessa forma, saberemos ser conduzidos pela vida, não de forma inconsciente, mas sim, pelo contrário, com a total e absoluta noção do caminho que temos a percorrer. De nada serve controlarmos tudo, se, na verdade, nada conseguimos, na prática, controlar. Se conseguirmos parar um pouco, olhando para dentro de nós, reconhecendo o nosso valor, as nossas conquistas, a nossa força, ampliando a nossa determinação e a nossa vontade, na mesma proporção em que elevamos a nossa aceitação pelo caminho que nós próprios escolhemos, seremos capazes de ver quais os passos a dar, quais as conquistas a fazer, o que precisamos de revelar em nós, o que necessitamos, verdadeiramente, de semear nas nossas vidas. Quando vivemos em controlo, é como decidirmos ir passear a uma floresta à qual nunca fomos e, em vez de desfrutarmos da vista, da beleza do nosso caminho, estamos preocupados onde os nossos pés estão a pisar. Viver é, no fundo, fazer as duas coisas, estar atento a cada passo, mas, ao mesmo tempo, poder recolher a vibração magnífica do caminho que escolhemos trilhar, chegar ao topo da montanha, respirar o ar que nos rodeia, olhar o caminho feito, congratularmo-nos, celebrarmos, sorrirmos e continuar no nosso trilho, até a uma nova montanha que espera ser por nós escalada.
Boa semana!
Leonardo Mansinhos