Embora estejamos no mês onde maior parte de nós, a trabalhar ou em férias, abranda um pouco o ritmo, o Universo não parece querer dar-nos muito descanso, levando-nos a manter o foco em nós mesmos e, principalmente, nos nossos processos mentais. Com a entrada de Júpiter no Signo de Virgem, durante esta semana, e com uma enorme predominância dos elementos Fogo e Terra nos céus, o tempo é de orientar e organizar a mente, com o desafio de não fechar o coração nem colocar as nossas emoções de parte, algo que a Rainha de Espadas, nos vem lembrar.
Saber dominar a mente e focar o nosso pensamento é uma verdadeira arte, muito difícil por vezes, mas necessária para que não vivamos nos extremos, tal como na semana passada nos foi, de certa forma, alertado. Quando damos demasiado poder à mente, racionalizamos tudo e acabamos por entrar em cristalizados processos de controlo e jogo mental, que raramente nos levam onde o nosso coração, efectivamente nos pede. Criamos, com muita facilidade, ao longo das nossas vidas, valores e conceitos, convicções profundas sobre nós mesmos, sobre o mundo e as questões que nos rodeiam, esquecendo-nos que apenas o nosso coração nos consegue dar as respostas correctas para o nosso caminho.
Não pensemos, no entanto, que a mente é um inimigo, muito pelo contrário, é uma valiosa aliada no percurso da nossa evolução, pois é ela quem permite criar, elaborar e trabalhar os assuntos que o nosso coração nos leva a intuir. É também a mente que nos permite desenvolver as nossas capacidades e a nossa inteligência, o que realmente nos faz atingir os nossos objectivos e propósitos. O problema reside nos blocos de informação de base que a nossa mente contém e que nos condicionam no caminho da nossa vida.
O que a Rainha de Espadas nos vem trazer é a consciência de que, se fecharmos o nosso coração, se lhe colocarmos barreiras mentais, dificilmente descobriremos quem realmente somos, pois damos força a todos os tais blocos de informação que estão guardados nas nossas mentes, nomeadamente aqueles que não estão (e aos quais nem interessa) ligados ao coração, como os medos e as dúvidas. Também os bloqueios, formados por aquelas palavras que, insistentemente, nos foram ditas, que assumimos como verdadeiras, pois vinham das nossas estruturas, aquelas que provêm de outras estruturas maiores e que, geração após gerações, nos incutiram questões morais e sociais baseadas em verdades absolutas que nem sequer nos permitimos questionar, que nem sequer permitimos que o coração nos mostre a sua verdade sobre elas.
Esta semana, sejamos capazes de olhar para as nossas convicções, para aquelas questões que, sabemos bem, nos impedem de avançarmos, pois quando nos confrontamos com cada uma delas sentimos uma dualidade que nos invade e nos deixa um certo desconforto. Se olharmos para a nossa mente como a grande máquina que nos permite aprender e desenvolver mais, que precisamos de saber cuidar, orientar e dinamizar, afastando, através da experiência, da entrega, do amor-próprio e do desenvolvimento da autoestima, os pensamentos negativos, derrotistas e destrutivos sobre nós mesmos. Se somos centelhas divinas, criados à imagem e semelhança de uma energia maior, como todas as correntes espirituais, religiosas e filosóficas assim nos dizem, então o nosso caminho não é de bloqueio nem de fatalidade, mas sim de crescimento, desenvolvimento e aprendizagem, de criação extraordinária, com o intuito de trazer um pouco do Universo, aquele pouco que só nós conhecemos, até este planeta.
Assim como o nosso corpo, num todo, reflecte a alimentação que temos, também a forma como a nossa mente funciona espelha a forma como a alimentamos, os pensamentos que nos foram incutidos e que temos, o nosso dinamismo, a nossa curiosidade e a nossa busca por nós mesmos. Por isso, esta semana permitamo-nos dar à nossa mente pensamos positivos, inovadores e dinâmicos, desenvolvamos a nossa procura por coisas novas, por coisas que nos interessem, ainda que não tenhamos grandes ideias. Lembremo-nos daquelas pequenas coisas que nos fascinam e que sempre quisemos desenvolver, pois uma escadaria não se sobe de patamar em patamar, mas sim degrau a degrau. Aproveitemos este período mais calmo, os nossos tempos livres, ainda que pequenos, para dar mais voz a tudo isso.
Boa semana!
Leonardo Mansinhos