Esta semana, embora um pouco mais curta em tempo normal de trabalho, contém em si os últimos e intensos dias de um mês que se tem revelado muito forte. Mercúrio está prestes a entrar no seu movimento retrógrado, juntando-se a Marte, Júpiter, Saturno e Plutão, trazendo-nos um dos períodos mais introspectivos, contemplativos e, também, curadores e transformadores de todo o ano. Se o momento pede atenção e foco em tudo o que fazemos, de forma a não desperdiçarmos energia, a não dizermos o que não queremos ou a agirmos sem noção das consequências, também é o tempo de olharmos profundamente para nós mesmos, ouvirmo-nos e compreendermos todas as mensagens que o Universo nos tem transmitido nas últimas semanas. Essa é a mensagem que o 4 de Copas, a carta que nos irá orientar esta semana, nos traz.
Nos últimos tempos, como tantas vezes nos foi dito, muitas situações têm vindo ao nosso encontro para que possamos trabalhar as nossas próprias questões, os nossos desafios, os nossos medos e bloqueios, de forma a assumirmos, cada dia mais, o nosso propósito de vida e largarmos muitas das zonas de conforto que fomos criando ao longo da vida, através da sociedade, da família, da educação, do mundo que, a cada momento, nos molda. Quando passamos por momentos desafiadores, sejam através de situações exteriores, sejam por questões que, dentro de nós, nos vão incomodando e mexendo connosco, aquelas coisas que pareciam tão fortes e seguras começam a ser vistas de outra forma. Tal só acontece, pois olhamos para dentro de nós e o que antes víamos como uma segurança, como um chão sólido onde pisávamos, agora podemos ver como uma barreira que nos limita, que nos trava. Então, mais do que imediatamente reagir, é preciso compreender como chegámos a essa barreira, como a alimentámos e sedimentámos nas nossas vidas, porque nos agarramos a elas como se de uma tábua de salvação se tratasse.
O 4 de Copas remete-nos para a percepção que o Universo nos dá, no nosso caminho aqui na Terra, uma infinidade de possibilidades que podemos abraçar e, com elas, co-criar a nossa vida. No entanto, para as vermos, compreendermos e termos a capacidade de as escolher, na plenitude do nosso livre-arbítrio e em sintonia com o nosso propósito de vida, temos de aprender a estar centrados em nós mesmos, de coração aberto, retirando o nosso olhar constante daquilo que achamos que precisamos, que achamos ser essencial, mas que, na verdade, não nos deixa feliz, não nos move, não nos faz celebrar a vida. É preciso saber ouvir o nosso Eu profundo, a nossa consciência e o nosso coração, de forma a conseguirmos ver, não com os olhos do corpo físico, mas com os olhos da nossa alma, o que está ali mesmo ao nosso lado, pronto a ser agarrado, mas que, por estarmos tão focados no que pertence a um nosso passado, não conseguimos ver.
Esta semana, com a entrada de Mercúrio no seu movimento retrógrado na quinta-feira, dia 28, juntando-se a toda a energia que já nos pede interiorização e foco, é tempo de olharmos mais para dentro, de nos contermos nas nossas reacções, pois só assim saberemos fazer as escolhas mais correctas, não pelo que a sociedade nos diz, mas sim por aquilo que é o nosso caminho, aquelas que vão aquecer o nosso coração e fazer olhar para a nossa vida com a gratidão e a celebração de estarmos, verdadeiramente, vivos! Essa, na verdade, é uma das questões que nos teremos de fazer, perante cada situação das nossas vidas, estaremos vivos ou, simplesmente, a sobreviver? Estaremos a ser nós mesmos ou o reflexo daqueles que nos rodeiam, dos que nos educaram, dos que nos balizaram? Estaremos a cumprir a missão que nos trouxe aqui à Terra ou a ser apenas mais um peão num jogo onde, na verdade, precisamos de ser vencedores? Apenas com essa compreensão, e consequente aceitação, poderemos, verdadeiramente, ser livres, curar os nossos corações e transformar cada experiência em verdadeira elevação do nosso espírito.
Boa semana!
Leonardo Mansinhos