Um novo ano traz-nos sempre um novo caminho a percorrer. Depois de um período um pouco mais descansado, com as festas e as celebrações, voltamos ao ritmo normal, embora neste início, sempre um pouco mais acelerado. No entanto, um início de um ano é sempre um momento de reflexão, de planeamento, que nos pede foco nos tempos que se aproximam. É tempo de resoluções, de objectivos, muitos deles que ficam, na verdade, a meio do caminho, esquecidos entre a azáfama que nos envolve da vida “normal”.
Nos céus, por estes dias, a energia de Peixes faz-se fortemente sentir, com muitos planetas a elevarem os nossos sentimentos, a nossa sensibilidade e a abrirem o nosso coração para o que se passa à nossa volta, fazendo um claro reflexo dentro de nós mesmos, obrigando-nos a questionarmo-nos, a recordarmo-nos do sentido de cada passo aqui na Terra. Nestes próximos dias, também, Mercúrio termina o seu percurso em movimento retrógrado para, a partir do dia 8, voltar a acelerar. Se, por essa altura, as questões trazidas por Mercúrio retrógrado tendem a resolver-se, verdade é que estes dias serão intensos e pedir-nos-ão que olhemos para dentro de nós, que possamos dar espaço para pensar, mas, acima de tudo, para expandir a nossa consciência.
Tanta energia emocional no ar faz-nos recordar que os nossos sentimentos e emoções, olhados de forma sincera, são expressões da nossa humanidade, são reflexos terrenos de uma energia superior, o Amor, a energia que tudo criou, que tudo alimenta e faz florescer. Um dos grandes pressupostos de sermos humanos é, precisamente, a expressão desse mesmo amor na partilha, na conexão, na ligação com o nosso semelhante. Somos seres emocionais, sim, mas que necessitam dessa dádiva, mas também de receber essas mesmas emoções. No entanto, com o desenvolvimento de uma sociedade mais cartesiana, mental e racional, mais focada no poder, no materialismo, esquecemo-nos dessa questão tão básica e simples da nossa existência, que as emoções, os sentimentos, só crescem e amplificam-se quando os partilhamos, sem interesse, sem necessidade de receber algo em troca. É também dessa forma que o Universo nos pode trazer tudo o que necessitamos, que precisamos, mas, acima de tudo, que merecemos.
No entanto, hoje vivemos na carência, que deriva na falta de prosperidade a todos os níveis, vivemos na necessidade de termos alguém ao nosso lado, porque achamos que só dessa forma podemos ser felizes, e, por isso, esquecemo-nos da mais subtil essência desse Amor maior, que ele existe, sempre existiu e sempre existirá, primeiro, dentro de nós. Quando nos fechamos nesse lado mais escuro do nosso ser, achamos que somos metades de uma laranja, como popularmente se diz, que precisamos de outro alguém, ou de outros, pois isto não se remete apenas a questões emocionais, mas a tudo, e vivemos em frustração, em isolamento e necessidade.
Os céus, por estes dias, relembram-nos que o maior Amor que existe está dentro de nós, vive em nós, pois ele é o reflexo da nossa Centelha Divina, a partícula de Deus em nós, mas que ele só se pode expandir quando o damos sem pedir nada em troca, a todos os que nos rodeiam, como uma dádiva do nosso lado divino ao lado divino de outro alguém. Quando o fazemos, abrimos o nosso coração e permitimo-nos receber tudo o que o Universo tem para nos dar. Dessa forma, compreendemos que não precisamos de fazer nenhum esforço para que o que pertence ao nosso caminho possa chegar até nós, compreendemos que o Universo dá-nos tudo o que necessitamos, ainda que tal possa parecer muito estranho ou despropositado, dá-nos o que nos permite crescer, nutrir-nos, e isso permite-nos dar ainda mais de quem somos.